terça-feira, 10 de maio de 2011

Obras Literárias do Modernismo - Leitura e análise

Queridos alunos, chegou a hora de mostrar o que descobriram através da leitura dos livros. Aguardo ansiosa!!! Caprichem!!!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

nazifascismo

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História - Século XX
SÉCULO XX
O Movimento Nazi-Fascista
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Apregoando um intenso fervor nacionalista, o movimento fascista (do latim fascio = feixe), surgido em 1919, logo após o findar da Primeira Guerra Mundial, transformou-se num fenômeno político internacional. Tendo seu epicentro na Itália, mergulhada em profunda crise socio-política, dali o fascismo, tornado-se hegemônico sobre os demais partidos da ultra-direita, expandiu-se, com maior ou menor presença, por quase todo o mundo. No entanto, em cada lugar em que se organizou assumiu uma denominação, um líder e uma simbologia própria, que diferia das demais agremiações da mesma ideologia. A militarização da política
No início os seus militantes e principais quadros partidários foram largamente preenchidos por ex-combatentes, por veteranos da Primeira Guerra Mundial, que se sentiram frustrados, excluídos, quando não traídos pelos governos do após-guerra. Dai entender-se que tanto os chefes do movimento nazi-fascista (como Hitler e Mussolini) como seus seguidores mais próximos serem oriundos das trincheiras, e que, mesmo na paz, continuavam usando uniforme e celebrando a vida de soldados. Comportavam-se eles como se ainda estivesse entre seus camaradas no fronte de guerra. O fascismo foi, portanto, uma militarização da política, a transposição para a vida civil dos hábitos e costumes adquiridos por uma geração inteira de europeus que passaram quatro anos da sua existência condicionados pela brutal experiência de uma guerra terrível.
Essa experiência militar deles fez com que os partidos fascistas não somente usassem uniforme e obedecessem ao seu chefe do mesmo modo que os soldados seguem o seu general, como entendessem a política como um campo de batalha, na qual seus adversários não era vistos como rivais num quadro eleitoral, mas sim inimigos a serem encarcerados ou eliminados no futuro. A militarização da vida política, com o partido organizado como fosse um regimento do exército, disciplinado e obediente à uma hierarquia, teve como conseqüência a determinação deles de submeterem a sociedade civil por inteiro às regras militares. O que conduziu a que levassem a quartelização da sociedade por inteiro. Entendiam que travavam agora, finda a guerra, uma batalha para salvar a pátria, a sua pátria, ameaçada pela subversão comunista (inspirada na revolução bolchevique que ocorria, desde 1917, na Rússia), e pela debilidade da democracia liberal, incapaz de concentrar a energia necessária para retirar a nação da profunda crise econômica e moral com que saíra da guerra.

Difusão pelo mundo



As ruas de Roma, de Munique, de Berlim, de Madri, e até do Rio de Janeiro, enchiam-se de desfiles cívicos de militantes que marchavam, embandeirados, aos sons marciais, enaltecendo o nacionalismo e os valores pátrios que, segundo os fascistas, foram esquecidos ou abertamente traídos no período do pós-guerra. Cada organização fascista tinha o seu símbolo, sua cor e seu líder absoluto: um chefe, um duce, um führer, um caudilho, um chefe, que comandava seus homens como um general em tempo de guerra, e a quem seus seguidores devotavam verdadeira idolatria, considerando-o uma espécie de salva-pátria. Obviamente que os fascistas detestavam a democracia.
Objetivos políticos e raciais



Tinham os nazi-fascistas como objetivo maior, deter a subversão social representada pelo comunismo. O nazi-fascismo transformou o bolchevismo no seu inimigo de morte e os comunistas não-soviéticos eram vistos como meros agentes a serviço do domínio mundial daquela potência. Pode-se dizer que o fascismo assumiu uma conotação mais radical exatamente nos países ou nas sociedades que se sentiam mais vulneráveis a uma revolução comunista. Naquelas em que a hierarquia social, os valores tradicionais e o ordenamento das classes, estavam mais sujeitos a serem derrubados. E, onde, no passado recente, a frustração ou a humilhação nacional sofrida na guerra ainda não fora esquecida.

O nazismo, a vertente alemã do fascismo, elegeu ainda, como seu pior adversário, além dos já citados comunistas, os judeus. Seguidores da tradição anti-semita européia , atribuíam a eles todas as desgraças e vexações porque a Alemanha passara (a direita alemã debitou à derrota de 1918 aos comunistas e aos judeus que teriam dado "uma punhalada nas costas" do país). O violento anti-semitismo dele e sua política de defesa da eugenia - a obsessão pela pureza racial do homem ariano -, fez com que os nazistas terminassem por ordenar, entre 1939-45, o maior massacre de seres humanos até hoje registrado na história: o holocausto de todos os judeus europeus e o extermínio de todos aqueles que , segundo eles, "levavam uma vida indigna de ser vivida" (os loucos, menores excepcionais, portadores de males genéticos, idosos senis, etc.).
O fascismo americano



Incluiu-se também entre os fascismos, a forma peculiar com que ele surgiu e atuou nos Estados Unidos, majoritariamente nos estados do sul, por meio da organização secreta Ku Klux Klan, fundada a primeira vez em 1866-7 no Tennesse, e refundada em 1915, por William J.Simmons. Apesar de afirmar-se como um baluarte do cristianismo protestante, branco e anglo-saxão, e ser também anti-semita, os klanmen (como seus militantes eram denominados), que alcançaram a ser 5 milhões nos anos 20, concentraram o seu ódio nos negros americanos, incendiando suas igrejas comunitárias e promovendo brutais linchamentos. O líder supremo deles era denominado de Grande Mágico do Império (Great Wizard of Empire) e tinha ascendência sobre os demais chefes do Klan nos estados. Num deles o líder era designado como o Grande Dragão que chefiava um comitê de 8 Hidras que coordenavam a ação dos Ghouls, os vampiros, os que praticavam as atrocidades.

Segunda Fase Moderna


"Os camaradas não disseram que havia uma guerra
e era necessário
trazer fogo e alimento."

(Carlos Drummond de Andrade)
Recebendo como herança todas as conquistas da geração de 1922, a segunda fase do Modernismo brasileiro se estende de 1930 a 1945.
Período extremamente rico tanto em termos de produção poética quanto de prosa, reflete um conturbado momento histórico: no plano internacional, vive-se a depressão econômica, o avanço do nazifascismo e a II Guerra Mundial; no plano interno, Getúlio Vargas ascende ao poder e se consolida como ditador, no Estado Novo. Assim, a par das pesquisas estéticas, o universo temático se amplia, incorporando preocupações relativas ao destino dos homens e ao "estar-no-mundo".
Em 1945, ano do fim da guerra, das explosões atômicas, da criação da ONU e, no plano nacional, da derrubada de Getúlio Vargas, abre-se um novo período na história literária do Brasil.

Momento histórico

O período que vai de 1930 a 1945 talvez tenha testemunhado as maiores transformações ocorridas neste século. A década de 1930 começa sob o forte impacto da crise iniciada com a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, seguida pelo colapso do sistema financeiro internacional: é a Grande Depressão, caracterizada por paralisações de fábricas, rupturas nas relações comerciais, falências bancárias, altíssimo índice de desemprego, fome e miséria generalizadas. Assim, cada país procura solucionar internamente a crise, mediante a intervenção do Estado na organização econômica. Ao mesmo tempo, a depressão leva ao agravamento das questões sociais e ao avanço dos partidos socialistas e comunistas, provocando choques ideológicos, principalmente com as burguesias nacionais, que passam a defender um Estado autoritário, pautado por um nacionalismo conservador, por um militarismo crescente c por uma postura anticomunista e antiparlamentar - ou seja, um Estado fascista. É o que ocorre na Itália de Mussolini, na Alemanha de Hitler, na Espanha de Franco e no Portugal de Salazar.
O desenvolvimento do nazifascismo e de sua vocação expansionista, o crescente militarismo e armamentismo, somados às frustrações geradas pelas derrotas na I Guerra Mundial: este é, em linhas gerais, o quadro que levaria o mundo à II Guerra Mundial ( 1939-1945) e ao horror atômico de Hiroxima e Nagasáqui (agosto de 1945).
No Brasil, 1930 marca o ponto máximo do processo revolucionário, ou seja, é o fim da República Velha, do domínio das velhas oligarquias ligadas ao café e o início do longo período em que Vargas permaneceu no poder.
A eleição de 1°- de março de 1930 para a sucessão de Washington Luís representava a disputa entre o candidato Getúlio Vargas, em nome da Aliança Liberal, que reunia Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba, e o candidato oficial Júlio Prestes, paulista, que contava com o apoio das demais unidades da Federação. O resultado da eleição foi favorável a Júlio Prestes; entretanto, entre a eleição e a posse, que se daria em novembro, estoura a Revolução de 30, em 3 de outubro, ao mesmo tempo que a economia cafeeira sente os primeiros efeitos da crise econômica mundial.
A Revolução de 30, que levou Getúlio Vargas a um governo provisório, contava com o apoio da burguesia industrial, dos setores médios e dos tenentes responsáveis pelas revoltas na década de 1920 (exceção feita a Luís Carlos Prestes, que, no exílio, havia optado claramente pelo comunismo). Desenvolve-se, assim, uma política de incentivo à industrialização e à entrada de capital norte-americano, em substituição ao capital inglês.
Uma tentativa contra-revolucionária partiu de São Paulo, em 1932, como resultado da frustração dos paulistas com a Revolução de 30: a oligarquia cafeeira sentia-se prejudicada pela política econômica de Vargas; as classes médias e a burguesia temiam as agitações sociais; e, para coroar o descontentamento, Vargas havia nomeado um interventor pernambucano para São Paulo. A chamada Revolução Constitucionalista explodiu em 9 de julho, mas não logrou êxito. Se Guilherme de Almeida foi o poeta da Revolução paulista, tendo produzido vários textos ufanistas, Oswald de Andrade foi seu romancista crítico, como atesta seu livro Marco zero - a revolução melancólica.
Ainda em 32, a ideologia fascista encontra ressonância no nacionalismo exacerbado do Grupo Verde-Amarelo, liderado por Plínio Salgado, fundador da Ação Integralista Brasileira. Ao mesmo tempo crescem no Brasil as forças de esquerda. Em 1934, elas formam uma frente única: a ANL - Aliança Nacional Libertadora. Tornam-se freqüentes os choques entre a extrema-direita e os membros da ANL, até que o governo federal manda fechá-la, por "atividade subversiva de ordem política e social", em julho de 1935. Entretanto, na clandestinidade, a ANL tenta uma revolução, em novembro desse mesmo ano, "contra o imperialismo e o fascismo" e "por um governo popular nacional revolucionário". Os revoltosos previam uma rebelião militar imediatamente acompanhada por revoltas populares, mas o movimento não foi além de três unidades militares, logo derrotadas; milhares de pessoas foram aprisionadas, e o governo obteve um pretexto para endurecer o regime.
Getúlio Vargas, auxiliado pelos integralistas, inicia sua ditadura em 10 de novembro de 1937. O chamado Estado Novo será um longo período antidemocrático, anticomunista, baseado num nacionalismo conservador e na idolatria de um chefe único: Getúlio Vargas. Essa situação se prolongará até 29 de outubro de 1945, quando, pressionado, Getúlio renuncia.
Diante desses significativos acontecimentos, Carlos Drummond de Andrade publica, em 1945, um poema intitulado "Nosso tempo", que revela o estado de ânimo da parcela mais consciente da sociedade:
"Este é tempo de partido,
tempo de homens partidos.

Em vão percorremos volumes,
viajamos e nos colorimos.
A hora pressentida esmigalha-se em pó na rua.
Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos.
As leis não bastam. Os lírios não nascem
da lei. Meu nome é tumulto, e escreve-se
na pedra.
(...)"

Características

A poesia da segunda fase do Modernismo representa um amadurecimento e um aprofundamento das conquistas da geração de 1922: é possível perceber a influência exercida por Mário e Oswald de Andrade sobre os jovens que iniciaram sua produção poética após a realização da Semana. Lembramos, a propósito, que Carlos Drummond de Andrade dedicou seu livro de estréia, Alguma poesia (1930), a Mário de Andrade. Murilo Mendes, com seu livro História do Brasil, seguiu a trilha aberta por Oswald, repensando nossa história com muito humor e ironia, como ilustra o poema "Festa familiar":
"Em outubro de 1930
Nós fizemos - que animação!
Um pic-nic com carabinas."

Formalmente, os novos poetas continuam a pesquisa estética iniciada na década anterior, cultivando o verso livre e a poesia sintética, de que é exemplo ó poema "Cota zero", de Drummond:
"Stop. A vida parou
ou foi o automóvel'?"

Entretanto, é na temática que se percebe uma nova postura artística: passa-se a questionar a realidade com mais vigor e, fato extremamente importante, o artista passa a se questionar como indivíduo e como artista em sua "tentativa de explorar e de interpretar o estar no mundo". O resultado é uma literatura mais construtiva e mais politizada, que não quer e não pode se afastar das profundas transformações ocorridas nesse período; daí também o surgimento de uma corrente mais voltada para o espiritualismo e o intimismo, caso de Cecília Meireles, de Jorge de Lima, de Vinícius de Moraes e de Murilo Mendes em determinada fase.
É um tempo de definições, de compromissos, do aprofundamento das relações entre o "eu" e o mundo, mesmo com a consciência da fragilidade do "eu". Observemos três momentos de Carlos Drummond de Andrade em seu livro Sentimento do mundo (o título é significativo), com poesias escritas entre 1935 e 1940

"Tenho apenas duas mãos / e o sentimento do mundo"
Mais adiante, em verdadeira profissão de fé, declara:
"Não, meu coração não é maior que o mundo.
É muito menor.
Nele não cabem nem as minhas dores.
Por isso gosto tanto de me contar.
Por isso me dispo, por isso me grito,
por isso freqüento os jornais, me exponho cruamente nas livrarias:
preciso de todos
Essa consciência de ter "apenas" duas mãos e de o mundo ser tão grande, longe de significar derrotismo, abre como perspectiva única para enfrentar esses tempos difíceis a união, as soluções coletivas:
"O presente é tão grande, não nos afastemos. Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas." 
"Os camaradas não disseram que havia uma guerra
e era necessário
trazer fogo e alimento."

(Carlos Drummond de Andrade)
Recebendo como herança todas as conquistas da geração de 1922, a segunda fase do Modernismo brasileiro se estende de 1930 a 1945.
Período extremamente rico tanto em termos de produção poética quanto de prosa, reflete um conturbado momento histórico: no plano internacional, vive-se a depressão econômica, o avanço do nazifascismo e a II Guerra Mundial; no plano interno, Getúlio Vargas ascende ao poder e se consolida como ditador, no Estado Novo. Assim, a par das pesquisas estéticas, o universo temático se amplia, incorporando preocupações relativas ao destino dos homens e ao "estar-no-mundo".
Em 1945, ano do fim da guerra, das explosões atômicas, da criação da ONU e, no plano nacional, da derrubada de Getúlio Vargas, abre-se um novo período na história literária do Brasil.
A prosa de 1930 é chamada de Neo-Realismo pela retomada de alguns aspectos do Realismo- Naturalismo, contudo, com características particulares preservadas.

Modernismo – segunda fase literária – prosa

A literatura estava voltada para a realidade brasileira como forma de manifestar as recentes crises sociais e inquietações da implantação do Estado Novo do governo Vargas e da Primeira Guerra Mundial.

As romancistas observam com olhos críticos a realidade brasileira, as relações entre o homem e a sociedade. Pelo fato dos romancistas deste período adotar como componente o lado emocional das personagens, faz com que esta fase se diferencie do Naturalismo, onde este item foi descartado.

A produção literária desta fase pode ser dividida em três tipos de prosa:

• Regionalista: tendência originada no Romantismo e adotada pelos naturalistas e pré-modernistas, na qual o tema é o regionalismo do nordeste, a miséria, a seca, o descaso dos políticos com esse estado. Esta propensão tem início com o romance A bagaceira, de José Américo de Almeida, em 1928.
Os principais autores regionalistas são: José Lins do Rego, Jorge Amado, Rachel de Queiroz e Graciliano Ramos.

• Urbana: tendência na qual a temática é a vida das grandes cidades, o homem da cidade e os problemas sociais, o homem e a sociedade, o homem e o meio em que vive. O principal autor é Érico Veríssimo no início de sua carreira.

• Intimista: tendência influenciada pela teoria psicanalítica de Freud e de outras correntes da psicologia e tem como tema o mundo interior. É também chamada de prosa “de sondagem psicológica”. Os principais autores são: Lúcio Cardoso, Clarice Lispector, Cornélio Pena, Otávio de Faria e Dionélio Machado.

 

sábado, 9 de abril de 2011

Manifesto Pau-Brasil

A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos.

O Carnaval no Rio é o acontecimento religioso da raça. Pau-Brasil. Wagner submerge ante os cordões de Botafogo. Bárbaro e nosso. A formação étnica rica. Riqueza vegetal. O minério. A cozinha. O vatapá, o ouro e a dança.

Toda a história bandeirante e a história comercial do Brasil. O lado doutor, o lado citações, o lado autores conhecidos. Comovente. Rui Barbosa: uma cartola na Senegâmbia. Tudo revertendo em riqueza. A riqueza dos bailes e das frases feitas. Negras de Jockey. Odaliscas no Catumbi. Falar difícil.

O lado doutor. Fatalidade do primeiro branco aportado e dominando politicamente as selvas selvagens. O bacharel. Não podemos deixar de ser doutos. Doutores. País de dores anônimas, de doutores anônimos. O Império foi assim. Eruditamos tudo. Esquecemos o gavião de penacho.

A nunca exportação de poesia. A poesia anda oculta nos cipós maliciosos da sabedoria. Nas lianas da saudade universitária.

Mas houve um estouro nos aprendimentos. Os homens que sabiam tudo se deformaram como borrachas sopradas. Rebentaram.

A volta à especialização. Filósofos fazendo filosofia, críticos, critica, donas de casa tratando de cozinha.

A Poesia para os poetas. Alegria dos que não sabem e descobrem.

Tinha havido a inversão de tudo, a invasão de tudo : o teatro de tese e a luta no palco entre morais e imorais. A tese deve ser decidida em guerra de sociólogos, de homens de lei, gordos e dourados como Corpus Juris.

Ágil o teatro, filho do saltimbanco. Agil e ilógico. Ágil o romance, nascido da invenção. Ágil a poesia.

A poesia Pau-Brasil. Ágil e cândida. Como uma criança.

Uma sugestão de Blaise Cendrars : – Tendes as locomotivas cheias, ides partir. Um negro gira a manivela do desvio rotativo em que estais. O menor descuido vos fará partir na direção oposta ao vosso destino.

Contra o gabinetismo, a prática culta da vida. Engenheiros em vez de jurisconsultos, perdidos como chineses na genealogia das idéias.

A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos.

Não há luta na terra de vocações acadêmicas. Há só fardas. Os futuristas e os outros.

Uma única luta – a luta pelo caminho. Dividamos: Poesia de importação. E a Poesia Pau-Brasil, de exportação.

Houve um fenômeno de democratização estética nas cinco partes sábias do mundo. Instituíra-se o naturalismo. Copiar. Quadros de carneiros que não fosse lã mesmo, não prestava. A interpretação no dicionário oral das Escolas de Belas Artes queria dizer reproduzir igualzinho... Veio a pirogravura. As meninas de todos os lares ficaram artistas. Apareceu a máquina fotográfica. E com todas as prerrogativas do cabelo grande, da caspa e da misteriosa genialidade de olho virado – o artista fotógrafo.

Na música, o piano invadiu as saletas nuas, de folhinha na parede. Todas as meninas ficaram pianistas. Surgiu o piano de manivela, o piano de patas. A pleyela. E a ironia eslava compôs para a pleyela. Stravinski.

A estatuária andou atrás. As procissões saíram novinhas das fábricas.

Só não se inventou uma máquina de fazer versos – já havia o poeta parnasiano.

Ora, a revolução indicou apenas que a arte voltava para as elites. E as elites começaram desmanchando. Duas fases: 10) a deformação através do impressionismo, a fragmentação, o caos voluntário. De Cézanne e Malarmé, Rodin e Debussy até agora. 20) o lirismo, a apresentação no templo, os materiais, a inocência construtiva.

O Brasil profiteur. O Brasil doutor. E a coincidência da primeira construção brasileira no movimento de reconstrução geral. Poesia Pau-Brasil.

Como a época é miraculosa, as leis nasceram do próprio rotamento dinâmico dos fatores destrutivos.

A síntese

O equilíbrio

O acabamento de carrosserie

A invenção

A surpresa

Uma nova perspectiva

Uma nova escala.

Qualquer esforço natural nesse sentido será bom. Poesia Pau-Brasil

O trabalho contra o detalhe naturalista – pela síntese; contra a morbidez romântica – pelo equilíbrio geômetra e pelo acabamento técnico; contra a cópia, pela invenção e pela surpresa.

Uma nova perspectiva.

A outra, a de Paolo Ucello criou o naturalismo de apogeu. Era uma ilusão ética. Os objetos distantes não diminuíam. Era uma lei de aparência. Ora, o momento é de reação à aparência. Reação à cópia. Substituir a perspectiva visual e naturalista por uma perspectiva de outra ordem: sentimental, intelectual, irônica, ingênua.

Uma nova escala:

A outra, a de um mundo proporcionado e catalogado com letras nos livros, crianças nos colos. O redame produzindo letras maiores que torres. E as novas formas da indústria, da viação, da aviação. Postes. Gasômetros Rails. Laboratórios e oficinas técnicas. Vozes e tics de fios e ondas e fulgurações. Estrelas familiarizadas com negativos fotográficos. O correspondente da surpresa física em arte.

A reação contra o assunto invasor, diverso da finalidade. A peça de tese era um arranjo monstruoso. O romance de idéias, uma mistura. O quadro histórico, uma aberração. A escultura eloquente, um pavor sem sentido.

Nossa época anuncia a volta ao sentido puro.

Um quadro são linhas e cores. A estatuária são volumes sob a luz.

A Poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar domingueira, com passarinhos cantando na mata resumida das gaiolas, um sujeito magro compondo uma valsa para flauta e a Maricota lendo o jornal. No jornal anda todo o presente.

Nenhuma fórmula para a contemporânea expressão do mundo. Ver com olhos livres.

Temos a base dupla e presente – a floresta e a escola. A raça crédula e dualista e a geometria, a algebra e a química logo depois da mamadeira e do chá de erva-doce. Um misto de "dorme nenê que o bicho vem pegá" e de equações.

Uma visão que bata nos cilindros dos moinhos, nas turbinas elétricas; nas usinas produtoras, nas questões cambiais, sem perder de vista o Museu Nacional. Pau-Brasil.

Obuses de elevadores, cubos de arranha-céus e a sábia preguiça solar. A reza. O Carnaval. A energia íntima. O sabiá. A hospitalidade um pouco sensual, amorosa. A saudade dos pajés e os campos de aviação militar. Pau-Brasil.

O trabalho da geração futurista foi ciclópico. Acertar o relógio império da literatura nacional.

Realizada essa etapa, o problema é outro. Ser regional e puro em sua época.

O estado de inocência substituindo o estada de graça que pode ser uma atitude do espírito.

O contrapeso da originalidade nativa para inutilizar a adesão acadêmica.

A reação contra todas as indigestões de sabedoria. O melhor de nossa tradição lírica. O melhor de nossa demonstração moderna.

Apenas brasileiros de nossa época. O necessário de química, de mecânica, de economia e de balística. Tudo digerido. Sem meeting cultural. Práticos. Experimentais. Poetas. Sem reminiscências livrescas. Sem comparações de apoio. Sem pesquisa etimológica. Sem ontologia.

Bárbaros, crédulos, pitorescos e meigos. Leitores de jornais. Pau-Brasil. A floresta e a escola. O Museu Nacional. A cozinha, o minério e a dança. A vegetação. Pau-Brasil.

OSWALD DE ANDRADE
(Correio da Manhã, 18 de março de 1924)

sábado, 2 de abril de 2011

Gostaria de participar, mas ainda não sabe como? Confira nossa lista de tarefas.

Português/Período composto/Orações subordinadas/Substantivas

Origem: Wikilivros, livros abertos por um mundo aberto.

Índice

[esconder]
Crystal Clear app xmag.png Ver também: Substantivo e Conjunção integrante
As orações subordinadas substantivas são classificadas de acordo com a função sintáticas que elas exercem que são as seguintes: sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo do sujeito, aposto.
São sindéticas (possuem conjunção) e introduzidas pelas conjunções integrantes que e se.

[editar] Oração subordinada substantiva subjetiva

É aquela que exerce a função de sujeito em relação ao verbo da oração principal. Vem introduzida pela conjunção subordinativa integrante que ou se. Possui função de sujeito, por possuir na oração principal apenas o predicado, ou ainda por não ser sabido ao certo quem é o sujeito se tomarmos em base apenas a oração principal.
É necessário que todos colaborem.
  • 1ª oração: É necessário → oração principal.
  • 2ª oração: que todos colaborem. → oração subordinada substantiva subjetiva.
A oração subordinada substantiva subjetiva ocorre quando, na oração principal, são encontrados verbos nas seguintes condições:
  • Verbo unipessoal e intransitivo:
Acontece que ele é alérgico.
É pouco provável que exista vida em outro planeta.
Foi exigido que se apresentassem as carteiras de identidade.
Sabe-se que esta é a melhor solução.

[editar] Oração subordinada substantiva objetiva direta

É aquela que exerce a função de objeto direto em relação ao verbo da oração principal. Nesse caso, o verbo da oração principal é transitivo direto, porém, também pode ser um verbo transitivo direto e indireto. Vem introduzida pelas conjunções subordinativas integrantes que - se. É objetiva direta porque no período simples possui função de objeto direto. Veja:
  • Período composto: Nós queremos que ele participe da nossa equipe.
  • Período simples: Nós queremos o participante na nossa equipe.
Nota-se que os termos que ele participe da nossa equipe é idêntico quanto ao significado do objeto direto do verbo querer, o participante da nossa equipe (quem quer, quer algo). Sendo o núcleo do objeto direto um substantivo, participante, a oração é substantiva, e por ser objeto direto, substantiva objetiva direta.
  • 1ª oração: Nós queremos → oração principal.
  • 2ª oração: que ele participe da nossa equipe. → oração subordinada substantiva objetiva direta.
Ninguém podia dizer que acertara o teste.
  • 1ª oração: Ninguém podia dizer → oração principal
  • 2ª oração: que acertara o teste. → oração subordinada substantiva objetiva direta
Todos esperam que você volte.
  • 1ª oração: Todos esperam → oração principal.
  • 2ª oração: que você volte. → oração subordinada substantiva objetiva direta.

[editar] Oração subordinada substantiva objetiva indireta

É aquela que exerce a função de objeto indireto em relação ao verbo da oração principal. Nesse caso, o verbo da oração principal é transitivo indireto e a conjunção subordinativa vem precedida de preposição, expressa ou não. Vem introduzida pelas conjunções subordinativas integrantes que — se. É objetiva indireta porque no período simples possui função de objeto indireto. Veja:
  • Período composto: Esqueci de que ele buscaria.
  • Período simples: Esqueci da busca.
Nota-se a igualdade sintática dos termos em destaques, são idênticos, ambos exercem a função de objeto indireto, no período composto, sobre a oração principal, e no período simples, sobre o verbo esquecer (quem esquece, esquece de algo). Sendo o núcleo do objeto indireto o substantivo busca, a oração é substantiva objetiva indireta.
  • 1ª oração: Esqueci → oração principal.
  • 2ª oração: de que ele buscaria. → oração subordinada substantiva objetiva indireta.
Não gosto de que você saia à noite.
  • 1ª oração: Não gosto → oração principal.
  • 2ª oração: de que você saia à noite. → oração subordinada substantiva objetiva indireta.
Estamos a nos lembrar de que o incêndio foi acidental.
  • 1ª oração: Estamos a nos lembrar → oração principal.
  • 2ª oração: de que o incêndio foi acidental. → oração subordinada substantiva objetiva indireta.

[editar] Oração subordinada substantiva completiva nominal

É aquela que exerce a função de complemento nominal. Nesse caso a oração completa o sentido de um nome (substantivo ou adjetivo) da oração principal, e a conjunção subordinativa vem precedida de preposição, expressa ou não. Vem introduzida pelas conjunções subordinativas integrantes que — se. É completiva nominal porque no período simples possui função de complemento nominal. Veja:
  • Período composto: Há esperanças de que comemoremos nesta semana.
  • Período simples: Há esperanças de comemoração nesta semana.
Veja que os termos destacados possuem o mesmo sentido e ambos estão relacionados ao nome esperanças. Sendo o núcleo do complemento nominal o substantivo comemoração, a oração subordinada é subtantiva e é completiva nominal porque exerce esta função.
  • 1ª oração: Há esperanças → oração principal.
  • 2ª oração: de que comemoremos nesta semana. → oração subordinada substantiva completiva nominal.
Às vezes você tem dúvida de que seus amigos sejam boas companhias.
  • 1ª oração: Às vezes você tem dúvida → oração principal.
  • 2ª oração: de que seus amigos sejam boas companhias. → oração subordinada substantiva completiva nominal.
Tenho conclusões de que haverá paz no futuro.
  • 1ª oração: Tenho conclusões → oração principal.
  • 2ª oração: de que haverá paz no futuro. → oração subordinada substantiva completiva nominal.

[editar] Oração subordinada substantiva predicativa

É aquela que exerce a função de predicativo do sujeito da oração principal. Nesse caso, o verbo que antecede a conjunção subordinativa é um verbo de ligação. O sujeito da frase encontrar-se-á na oração principal, nunca sendo concreto, sempre abstrato, visto que a função destas orações é especificar a realidade de algo imaginário. Vêm introduzidas pelas conjunções subordinativas integrantes que — se. É predicativa porque no período simples possui função de predicativo do sujeito. Veja:
  • Período composto: Minha teoria foi que tudo formou-se há bilhões de anos.
  • Período simples: Minha teoria foi a formação de tudo há bilhões de anos.
Os termos destacados são essenciais para o entendimento da frase, pois a morfossíntexe desses períodos exige uma especificação que é atribuída no predicativo do sujeito. Sendo o núcleo do predicativo do sujeito o substantivo formação, a oração é substantiva, e por apresentar-se em oração o predicativo, a oração é substantiva predicativa.
  • 1ª oração: Minha teoria foi → oração principal.
  • 2ª oração: que tudo formou-se há bilhões de anos. → oração subordinada substantiva predicativa.
Minha sugestão seria que convocasse a todos.
  • 1ª oração: Minha sugestão seria → oração principal.
  • 2ª oração: que convocasse a todos. → oração subordinada substantiva predicativa.
Meu desejo era que me dessem uma camisa.
  • 1ª oração: Meu desejo era → oração principal.
  • 2ª oração: que me dessem uma camisa → oração subordinada substantiva predicativa.

[editar] Oração subordinada substantiva apositiva

É aquela que exerce a função de aposto em relação a um termo da oração principal. Quando o aposto representar enumeração, a oração é separada por dois-pontos ou travessão. Quando representar resumo da oração principal, haverá um pronome substantivo. Vem introduzida pela conjunção subordinativa integrante que — se, podendo vir expressa ou não. É apositiva porque no período simples possui função de aposto. Veja:
  • Período composto: Nos disseram isto em poucas palavras: que suponhariam dos fatos.
  • Período simples: Nos disseram isto em poucas palavras: haveriam suposições dos fatos.
A oração é subordinada apositiva porque no período simples, exerce função de aposto esfecificativo sobre o termo isto. No período composto, a função de aposto é atribuída à oração principal. É considerada substantiva porque seu núcleo, suposições, é substantivo.
  • 1ª oração: Nos disseram isto em poucas palavras → oração principal.
  • 2ª oração: que suponhariam dos fatos. → oração subordinada substantiva apositiva.
Nos casos de aposto especificativo, temos, por exemplo, este caso:
Faço tudo que me pedes.
  • 1ª oração: Faço tudo → oração principal.
  • 2ª oração: que me pedes. → oração subordinada substantiva apositiva.
E com aposto resumitivo:
A decisão do mistério é a seguinte: que todos se unam contra o mosquito transmissor da dengue.
  • 1ª oração: A decisão do ministério é a seguinte → oração principal.
  • 2ª oração: que todos se unam contra o mosquito transmissor da dengue. → oração subordinativa substantiva apositiva.